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Taça Brasil/ 1968 - 1º Título nacional do Botafogo

  • Foto do escritor: Torcedor Cultural
    Torcedor Cultural
  • 8 de out. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 9 de out. de 2019

Geração de craques “feitos em casa” deu hegemonia ao alvinegro carioca nos anos

60


Por: Vilmar Vale


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A foto da Taça Brasil. Fonte: Revista do Botafogo, n° 220

A década de 60 foi, sem dúvida, motivo de grande alegria para a massa torcedora

alvinegra. O bicampeonato carioca de 61/62 e o Rio-São Paulo de 62/64 e 66, com um

sem número de craques consagrados do futebol brasileiro como Garrincha, Nílton

Santos, Didi, Amarildo, Zagalo, Quarentinha, entre outros, eternamente ligados as

conquistas da Suécia e do Chile, e uma segunda “fornada” de craques nas conquistas

de 67/68, tais como Rogério, Jairzinho, Gérson, Roberto, Paulo César, Nei Conceição,

Manga e Leônidas, igualmente corresponsável por um dos maiores momentos do

futebol brasileiro com a conquista do Tri no México, acostumaram o torcedor do

Botafogo F.R. a conviver com jogadores de excelência, craques na acepção da palavra.

Para esse torcedor, no entanto, faltava, à época, uma conquista a nível nacional. Um

título com peso e representatividade diante dos aficcionados de todo o Brasil. O ano

era 1968 e estava em disputa a 10ª edição da Taça Brasil, a competição que significava

esse reconhecimento.


A BASE


Neste ponto, não podemos esquecer a figura de Manoel dos Santos Victorino, o

“Neca”(1923/ 1996). Ele foi, sem dúvida, um dos maiores reveladores de craques do

futebol brasileiro. Um verdadeiro “garimpeiro de talentos”, a serviço do Botafogo F.R.,

notadamente na década de 60, e responsável direto pela descoberta, formação e

desenvolvimento de craques como Rogério, Jairzinho, Roberto Miranda, Carlos

Roberto, Paulo César Caju, Moreira, Nei Conceição, Waltencir que formaram a base

desse time campeão, conhecido à época, como “Selefogo”.


A CAMPANHA


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A foto da Taça Brasil. Fonte: Revista do Botafogo, n° 220

A Taça Brasil de 1968 foi a última edição desse torneio, substituída pela Taça Roberto

Gomes Pedrosa, já a partir de 1969. O Botafogo estreou no dia 05/12/68, contra o

Metropol (SC), vencendo por 6x1. Em 08/12, jogando em Santa Catarina, perdeu por

1x0. O terceiro jogo, disputado em 02/04/1969, foi suspenso aos 13’ do 2º tempo,

devido ao forte temporal que impossibilitou a continuação da partida. Foi marcado um

novo jogo para o dia 04/04/1969. O Metropol não compareceu e foi considerado

perdedor. Diante desse fato, a CBD declarou o Botafogo vencedor pelo placar de 1x0.


No dia 23/08/1969, pela fase semifinal, o Botafogo venceu o Cruzeiro por 1x0 no

primeiro jogo, empatou o segundo por 1x1 (27/08), classificando-se para jogar a final

da competição contra o Fortaleza (CE). A equipe cearense chegou a final graças à

desistência de Palmeiras e Santos, por razões de incompatibilidade com o calendário,

motivadas pela demora (quatro meses) na solução do impasse referente ao jogo

Botafogo x Metropol, suspenso em 02/04/1969.

O alvinegro carioca iniciou a decisão em 03/09, jogando na capital cearense,

empatando com o Fortaleza em 2x2, gols de Ferreti.

Em 04 de outubro, o Botafogo F.R. recebeu o Fortaleza no Maracanã, e venceu por

4x0, com gols de Roberto Miranda, Ferreti (2) e Afonsinho sagrando-se campeão da

10ª Taça Brasil com a seguinte equipe: Cao, Moreira, Chiquinho Pastor (Leônidas),

Moisés e Waltencir; Carlos Roberto (Nei Conceição) e Afonsinho; Rogério, Roberto,

Ferretti e Paulo César Caju. Técnico: Zagallo.


A REALIZAÇÃO


O Botafogo F.R. alcançava seu objetivo maior; reconhecimento nacional para uma

incrível geração de craques que, mais tarde, ajudariam a Seleção a conquistar

definitivamente a Taça Jules Rimet na epopeia do Tri do México. Vencer uma

competição nacional estendeu, com certeza, as fronteiras do clube, dando-lhe

merecido prestígio e o reconhecimento da importância de um bom trabalho de base,

hoje valorizado por vários clubes em todos os cantos do Brasil e do mundo.

Em 2010 a CBF, através de seu presidente Ricardo Teixeira, reconheceu como

campeões brasileiros os vencedores da Taça Brasil e da Taça de Prata de 1959 a 1970,

sendo o Botafogo, portanto, de fato e de direito, Bicampeão brasileiro de futebol

1968/1995.

O título da Taça Brasil/ 68, além de representar uma grande conquista, valida uma

geração de jogadores extraordinários que jamais serão esquecidos, não só pelos

torcedores alvinegros, como também por todos aqueles que amam o futebol bem

jogado, com qualidade, talento, improviso e genialidade. Essa é a essência do nosso

futebol, do verdadeiro futebol brasileiro, que em 1968 era brilhantemente

representado pelo Botafogo F.R. da cidade do Rio de Janeiro.

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