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O politizado Doutor Sócrates

  • fabiotubino0
  • 10 de dez. de 2019
  • 3 min de leitura

Ídolo de um clube popular, Sócrates foi importante na Seleção Brasileira, onde atuou 60 vezes. Foi um jogador de Futebol com postura pública, conseguindo em sua destacada carreira ter o alcance geral de todas as classes


Por Fabio Tubino


Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira nasceu no Pará, mas cresceu em Ribeirão Preto. O nome é fruto do interesse de seu pai Raimundo Vieira nas teses filosóficas de Platão, somado a uma dose de patriotismo. Aos 14 anos Sócrates já se destacava em Ribeirão Preto, onde cresceu. Antes de jogar no Corinthians, se formou em Medicina.


Foto: Acervo

O Camisa 8 do Corinthians


Em agosto de 1978, ele vestiu pela primeira vez a camisa corintiana em um clássico com o Santos, seu clube do coração, pelo Campeonato Paulista. Muito marcado, teve atuação discreta no empate de 1 a 1, mas, diante de um Morumbi com quase 120.000 torcedores, Dias depois da estreia, marcou o primeiro gol contra a Ferroviária, no Pacaembu. Conhecido pelos apelidos de Magrão e Doutor, só conquistou um Paulistão da temporada seguinte, Sua motivação para prosseguir na carreira era o desafio de disputar uma Copa do Mundo. Frustrado por não ter sido convocado para a seleção em 1978, entendeu que o Corinthians poderia lhe dar mais visibilidade. No Corinthians, atingiu a marca de 100 gols, muitos deles em parceria com Walter Casagrande, uma das duplas mais aclamadas pelo torcedor.


Telê Santana apostou em seu talento na Seleção Brasileira


Em menos de um ano, conseguiu ser convocado para um amistoso contra o Paraguai. Telê Santana assumiu o time brasileiro e o convenceu de que era preciso ser um atleta para jogar na seleção. Pela primeira vez na carreira, Sócrates se comportava como um jogador profissional. Na Copa do Mundo de 1982 na Espanha, chegou na plenitude da forma física. Como capitão, incorporou o papel de liderança numa das equipes mais brilhantes de todos os tempos. Sócrates ainda participou da Copa do Mundo de 1986 no México e ficou marcado pelo pênalti perdido diante da França. Com esta Copa, terminava uma geração espetacular ao lado de Zico, mas sem um Mundial conquistado.


A Democracia Corintiana

Foto: Divulgação

A Democracia Corintiana foi um movimento surgido na década de 1980 no Corinthians, liderado por um grupo de jogadores politizados, entre estes Sócrates, Wladimir, Casagrande e Zenon. Foi o maior movimento ideológico da história do Futebol brasileiro. Este foi um período da história do clube no qual decisões importantes como contratações, regras de concentração, eram decididas pelo voto igualitário de seus membros.


Participação no movimento Diretas Já

Foto: Revista Placar

Em 1984, artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros participam do movimento das Diretas Já, que clamava pela aprovação da Emenda proposta pelo deputado federal Dante de Oliveira , que tinha o objetivo de reinstaurar as eleições diretas para presidente da República no Brasil, suspensas desde o golpe militar de 1964. Entre os anos de 1983 e 84, houve uma enorme pressão popular para que a emenda fosse aprovada. Junto de diversas personalidades, como Fafá de Belém, Chico Buarque e Martinho da Vila, Sócrates se fazia presente e engajado no movimento .Próximo de deixar o Corinthians para jogar no Futebol italiano, o então camisa 8 alvinegro disse que desistiria de rumar para a Europa, caso a emenda fosse aprovada. A Revista Placar registrou em sua capa, mas o Doutor acabou indo mesmo para a Fiorentina e a emenda não foi aprovada.


Sócrates ainda jogou no Flamengo e pelo Santos. Foi um jogador clássico, que vivia intensamente os assuntos do cotidiano, não exatamente um atleta, mas um craque.

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