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50 Anos do Milésimo gol de Pelé

  • Foto do escritor: Torcedor Cultural
    Torcedor Cultural
  • 12 de nov. de 2019
  • 3 min de leitura

Quando o filho de Seu Dondinho e D. Celeste correu para bater aquele pênalti, no Maracanã, exatamente às 23 horas e 17 minutos do dia 19 de novembro de 1969, o mundo do Futebol correu com ele, tenso, com a respiração presa e o peito apertado, porque sabia que não era apenas mais uma simples cobrança de pênalti.


Por Vilmar Vale


Aquele lance poderia se transformar em um dos maiores momentos do Futebol mundial. E foi o que aconteceu quando, aos 34’ do segundo tempo, após sofrer falta de Fernando dentro da área vascaína ele,Pelé, O Rei do Futebol, converte o pênalti e marca o milésimo gol de uma das mais brilhantes carreiras esportivas de todos os tempos, vivendo uma emoção indescritível diante dos 65.157 torcedores presentes. Esse público e todos aqueles que amam o Futebol em todo o mundo acompanharam esse simples lance, testemunhando, se emocionando e percebendo, com certeza, a grandeza daquele momento histórico. Era o reconhecimento, mais uma vez, do talento do craque em sua incrível performance. Sem dúvida, uma data para não esquecer.


Um Pênalti, Para a História

Foto: Acervo

Era para ser apenas mais uma partida pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1969. Definitivamente não foi. Quando Vasco da Gama e Santos entraram em campo naquela noite, seus jogadores sabiam que poderiam estar também vivendo um daqueles momentos mágicos que o futebol proporciona de tempos em tempos. Agnaldo,Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Djalma Dias (Joel), Rildo,Clodoaldo, Lima, Manoel Maria, Edú, Pelé (Jair Bala) e Abel pelo Santos e Andrada, Fidélis, Moacir, Renê, Eberval, Fernando, Buglê, Acelino (Raimundinho), Adilson, Benetti e Danilo Menezes (Silvinho), pelo Vasco da Gama precisaram controlar a ansiedade nos primeiros minutos de jogo para aplicar a dinâmica natural de uma partida de futebol. Benetti, aos 10’, abriu o a contagem para os cruzmaltinos, terminando o primeiro tempo com o placar de 1x0. Na etapa final, o Santos empatou também aos 10’, com um gol contra do zagueiro Renê. A partir daí o jogo ganhou em tensão e emoção, com os jogadores santistas tentando ajudar Pelé a marcar seu milésimo gol naquela noite. Passava dos 30’, quando Clodoaldoesticou uma bola na medida para Pelé que, dentro da área, foitocado por Fernando. O árbitro Manoel Amaro de Lima viu e marcou pênalti contra o Vasco da Gama. Estava desenhada a oportunidade perfeita para o grande momento do protagonista da noite. Aquele lance colocou frente a frente os dois personagens daquele jogo. Pelé e Edgardo Norberto Andrada, o goleiro Andrada, que assumiu a missão de tentar evitar aquilo que todos queriam que acontecesse: o milésimo gol de Pelé. E ele quase conseguiu. Área limpa, demais jogadores posicionados, árbitro colocado. Tensão no ar. Um silêncio ensurdecedor, como diria Nélson Rodrigues, dominava o ambiente. Eram exatos 34’,12” e 9 décimos do 2º tempo quando, autorizado pelo árbitro, Pelé correu e chutou no canto esquerdo baixo de Andrada que pulou certo, tocou na bola, mas não conseguiu impedir o gol mais esperado, famoso, desejado e importante da carreira do Rei do Futebol, Atleta do Século, maior artilheiro do futebol mundial, multicampeão, do homem do mundo,do filho do Seu Dondinho e da D. Celeste, do craque Pelé. Com 29 anos de idade e 13 de carreira ele escrevia, de forma definitiva, um dos mais belos capítulos de sua vida esportiva e da história do Futebol brasileiro e mundial.


A Lenda

Foto: Acervo

Aquele jogador franzino e esguio que surpreendeu o mundo na Copa do Mundo da Suécia, em 1958, já era uma realidade no Brasil desde 1956, quando iniciou sua brilhante carreira no Santos, em São Paulo. Foram 10 títulos de campeão paulista, 4 Torneios Rio-São Paulo, 6 campeonatos brasileiros, 2 Libertadores, 2 Mundiais de Clubes, pelo Santos e 3 Copas do Mundo, 2 Copas Roca, 3 Taças Oswaldo Cruz, 1 Taça Bernardo O’Higgins pela Seleção Brasileira, além de 1 Liga Norte-americana, entre outras conquistas ao longo de uma carreira de 21 anos. Marcou 1.281 gols em 1.363 jogos, com média de 0,94 gol por partida. Pelé foi um atleta tão espetacular que conseguiu até imortalizar lances que não terminaram em gols, como na Copa de 70/ México, no drible sobre Mazurkievski (Uruguai), no chute contra o gol de Victor (Tchecoeslováquia) e na cabeçada contra Banks (Inglaterra). Portudo isso, pode-se dizer que Pelé, em algum momento, deixou de ser um simples jogador de futebol para tornar-se uma lenda do esporte mais popular do mundo.

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