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"Jogo Do Senta" - Quem Chorou Primeiro

  • Foto do escritor: Torcedor Cultural
    Torcedor Cultural
  • 1 de out. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 9 de out. de 2019

Por Vilmar Vale


Foto: Picbear.org
Foto: Picbear.org

O JOGO


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Na linha do tempo do tradicional clássico Botafogo x Flamengo há o registro de um

fato raro e verdadeiramente delicioso, ocorrido em 10/09/1944, no campo de General

Severiano, que entrou para a história do futebol brasileiro como o “JOGO DO

SENTA”.

Jogava-se o returno do Campeonato Carioca daquele ano, e o Bicampeão Flamengo

lutava pelo inédito Tricampeonato. O Botafogo, que havia sido derrotado no turno por

4x1, empenhava-se como nunca para tentar devolver o resultado e, ao final do

primeiro tempo, vencia por 2x1, gols de Heleno de Freitas (20’) e Valsecchi (44’), para

o Botafogo, e Jaime de Almeida (30’), para o Flamengo. Começa a etapa final de jogo

e o alvinegro chega ao placar desejado de 4x1, com Válter (23’) e Heleno de Freitas

(25’). Em seguida, o Flamengo inicia uma reação e diminui o placar do jogo para 4x2,

com Jarbas (30’).


O LANCE QUE MOTIVOU O “SENTA”


Eram jogados 31’ do 2º tempo, quando Geninho, meia-direita alvinegro, acertou um

forte chute e marcou o quinto gol do Botafogo na baliza à direita das sociais de

General Severiano. Nesse momento, os jogadores do Flamengo contestaram o lance

dizendo que a bola tocou no travessão e voltou ao campo de jogo, já os alvinegros

afirmavam que a bola entrou e saiu porque batera no ferro de sustentação da rede,

dentro do gol.

Estava criada a confusão. Aristides Figueira, o “Mossoró”, árbitro do jogo, entendeu

dessa forma e confirmou o quinto gol do Botafogo, provocando revolta no lado rubro-

negro.


A REAÇÃO DO FLAMENGO


Nesse momento entram em campo o diretor de futebol, Dr. Alfredo Curvello, e o vice-

presidente, Sr. Francisco de Abreu, determinando que os jogadores não continuassem

a partida. Daí em diante os atletas rubro-negros sentaram-se no gramado e assim

permaneceram até o fim do tempo regulamentar. Após o árbitro dar por encerrada a

partida, os jogadores levantaram-se e foram para o vestiário debaixo de vaias dos

torcedores do Botafogo. Apesar de todas as reclamações, o árbitro Mossoró confirmou

o gol de Geninho e o resultado da partida foi homologado pelo Tribunal de Penas da

Federação Carioca, com vitória alvinegra por 5x2.


REGISTRO BIBLIOGRÁFICO


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Por ocasião do 70º aniversário desse jogo emblemático, o escritor Paulo César

Guimarães lançou o livro “JOGO DO SENTA; A verdadeira origem do chororô”, em 09 de setembro de 2014, pela editora LivrosdeFutebol.com, detalhando todos os fatos ocorridos nessa partida.










AFINAL ..... QUEM “CHOROU” PRIMEIRO ?


Em futebol não existe uma verdade definitiva, principalmente para o torcedor. Para

este existe apenas a sua versão que, por vezes, supera e falseia a verdade dos fatos.

Na memória do torcedor apaixonado prevalece a imagem cunhada pelo seu coração e

não a registrada pela retina. Em 1944 quem sentou foi o Flamengo, “chorando” o

resultado do jogo e culpando a arbitragem. Mas o torcedor rubro-negro vai lembrar

também de jogos inesquecíveis, com “chororô” alvinegro e períodos de supremacia

sobre o tradicional rival, como na época do Zico, com a devolução da goleada de 6x0.

Em algum momento, todos choram. É um revezamento sem fim.

A vida é cíclica e o futebol também o é. Mas o JOGO DO SENTA sempre valerá pelo

registro histórico de uma época longínqua, com sua diversidade, pluralidade e

emoções próprias, mas onde já aflorava a rivalidade que alimenta, até hoje, esta

incurável e grandiosa paixão pelo esporte número um do Brasil .....

Ehô, ehô ..... o teu time é chororô !!

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