O Mito do Rádio
- Torcedor Cultural
- 15 de out. de 2019
- 3 min de leitura
O locutor que criou bordões e luma inguagem mais próxima do ouvinte
Por Fábio Tubino
O saudoso Waldir Amaral deixou esta vida num 07/10/97. Foi um dos pioneiros na transformação das jornadas esportivas radiofônicas num verdadeiro show. Criou bordões que atravessaram todo o Brasil e tornaram-se referência nacional.
A Máquina do Tempo do Rádio Esportivo com a liderança de Waldir Amaral

Até 1940, as narrações eram improvisadas,. Em 1945, a Rádio Panamericana de SP, deu mais espaço aos Esportes e modificou a estrutura da transmissão, com a criação das funções de comentarista e repórter, Vale destacar que até então só o narrador contava os acontecimentos. Na década de 50 ocorre uma migração do rádio para a televisão, não só de profissionais como do estilo de programação. Assim, programas de auditório e novelas começam a ocupar a programação televisiva. Com o espaço deixado e o crescente interesse do público, a programação esportiva foi ganhando maior projeção pelo Rádio. Nos anos 60, A Continental do RJ, consegui apresentar uma grade de grande valor ao Esporte, acompanhando todas as modalidades com o slogan de " A Cem por Cento Esportiva" Nos anos 70 e 80, Waldir Amaral com criatividade modificou o estilo das jornadas esportivas. Embora o país já estivesse mais ligado pela televisão, a audiência do rádio era considerável. Na Rádio Globo, Waldir liderou por mais de 20 anos as transmissões ao lado de Jorge Curi. Neste time os comentaristas João Saldanha e Mario Vianna. Importante acrescentar que Waldir conseguiu viabilizar comercialmente as coberturas, num tempo que os eventos esportivos eram transmitidos ao vivo do local, a maioria não era televisionado. O tempo de duração das jornadas aumentou, com a valorização da reportagem setorizada e da sonoplastia com vinhetas personalizadas.
Como locutor, Waldir ainda passou pela JB e Nacional.
Waldir Amaral encerrou a carreira comentando . Esteve nas Rádios Capital e Record.
Do Demônio das pernas ao Galinho de Quintino Entre os slogans que deu a alguns jogadores, o mais famoso foi o de Zico, chamado por Waldir de "Galinho de Quintino" pela forma como o jogador, na época franzino, corria em campo. Garrincha para ele era "o Demônio das pernas tortas".
O locutor que mais criou bordões
Extremamente criativo, Waldir Amaral costumava dizer vários bordões enquanto narrava
"Tem peixe na rede do..." Ele dizia se referindo ao time que levava gol do adversário.
"Choveu na horta do..." Ele dizia se referindo ao time que fazia gol no adversário.
"É fumaça de gol" Ele dizia quando surgia uma oportunidade de gol: "Aproxima-se da área, é fumaça de gol..."
"Caldeirão do Diabo" A grande área: "Vai cruzar no caldeirão do Diabo"
"Indivíduo competente" Quem fazia o gol: "Indivíduo competente o Zico"
"Deeeeez, é a camisa dele!"
"O visual é bom, Roberto tem bala na agulha" Quando o jogador ia bater uma falta.
"Estão desfraldadas as bandeiras do ..." Ele dizia logo após o gol.
"Deixa comigo" Dizia logo após a vinheta do sue nome.
"O relógio marca" Ele falava quando informava o tempo de jogo.
Homenagem da ACERJ

Em 2017, a Acerj (Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro) e o Botafogo inauguram no Estádio Nilton Santos, o espaço de imprensa Waldir Amaral.
Formado em Direito na mesma turma do jornalista Armando Nogueira, Waldir Amaral em 40 anos de profissão assistiu a nove Copas do Mundo de Futebol, a uma Olimpíada e viajou pela América do Sul mais de cem vezes. Foram cerca de dois mil jogos.
Quando se despediu como narrador disse : "Foi um belo sonho... Mas outros continuarão sonhando o lindo e eterno sonho do Esporte".
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