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Fernanda Montenegro faz 90 anos e lança livro de memórias

  • Foto do escritor: Torcedor Cultural
    Torcedor Cultural
  • 15 de out. de 2019
  • 3 min de leitura

O evento aconteceu na Livraria da Travessa do Shopping Leblon e foi um dos assuntos mais comentados no Rio de Janeiro.


Por Fábio Tubino

O local ficou lotado, com fila dando voltas, pelas escadas. Foram 300 pessoas recebendo senhas limitadas, que davam direito a um autógrafo por exemplar.


Encontro emocionado e inesquecível

O momento mais emocionante foi protagonizado pela jovem atriz Letícia Agostinho. Aos 24 anos, ela viajou da cidade de Batatais, no interior de São Paulo, para o Rio de Janeiro, apenas para estar ao lado de Fernanda Montenegro, a quem assistiu pela primeira vez em 1999, também em "O Auto da Compadecida". Ela estava tão emocionada que começou a chorar na fila e a sentir falta de ar, e precisou ser acalmada por pessoas próximas. Quando chegou sua vez, ganhou um longo abraço da estrela da noite, sendo aplaudida por todos na livraria.


Jornalistas e Artistas presentes para reverenciar Fernanda


Foto: Fábio Tubino

Não poderia ser diferente. Diversos artistas e jornalistas estiveram presentes para celebrar Fernanda Montenegro, como Luís Lobianco, Stella Freitas, Cristina Pereira, Guilherme Weber, Miriam Leitão, Edney Silvestre, e o produtor, e escritor José Maurício Machline. A atriz Fernanda Torres não escondia o orgulho da mãe ao lado de seu marido, o diretor Andrucha Waddington .


Resenha do livro


Lançado pela Companhia das Letras, Prólogo, Ato, Epílogo é o livro de memórias da atriz, Fernanda destaca seus antepassados, conta os detalhes de como ela e o marido, Fernando Torres, que deixou esta vida em 2008, se conheceram, largaram seus empregos e decidiram se dedicar a cultura. fala sobre os desafios de criar os filhos com a incerta vida como artistas e revela momentos da intensiva carreira, que lhe valeu, até mesmo, uma indicação ao Oscar pelo filme Central do Brasil (1998).


Trechos interessantes do Livro


Foto: Fábio Tubino

Prólogo

"Aceitar as minhas raízes do além mar não contamina, em nada, a brasileira que sou, a atriz carioca que sou, cultural, socialmente falando. Vivo em qualquer lugar, mas no fundo, é sempre a partir desta minha cidade e deste meu país que eu olho o mundo" Pág. 29


"Quando institucionalizaram o salário mínimo, o país ia falir! Eu senti na pele a emoçãodessas crises . E, passados tantos anos, me pergunto onde estaria o trabalhador brasileiro se o amparo social não tivesse sido alcançado naquele período fascista -getulista" Pág. 51


Ato "Arlette Pinheiro era meu nome de locutora e radioatriz. Como redatora, passei a assinar Fernanda Montenegro, com certo humor. Eu achava que "Fernanda" tinha um clima de romance do século XIX, existiam muitas Raymondes e Fernandes naquelas histórias E Montenegro era o nome de quem sempre ouvi falar. Um médico de subúrbio que nos velhos tempos atendeu nossa família durante anos, curando a todos e, segundo (claro) minha avó milagrosamente" Pág. 67


"No Brasil, devemos a Dulcina , como atriz, uma compreensão profunda do que é o teatro como educação, cultura e civilidade." Pág. 74


"O beijo no asfalto é uma obra-prima . Ao contar o sensacionalismo sádico que se abate sobre um pobre homem ao beijar um moribundo caído na rua, a pedido do semimorto, a peça fala de preconceitos, de choques familiares, da violência humana, mas também do amor e da misericórdia" Pág. 147 e 148


"Novela é folhetim, melodrama. É o que eu mais gosto de fazer em televisao, apesar do desesperado trabalho que é dar conta dos projetos" Pág. 208


"Aos quase setenta anos de idade, recebi o convite de Walter Salles para filmar Central do Brasil. Um furacão sacudiu a minha vida" Pág. 231


Epílogo "Por mais longa que seja a vida de um ator, ele não tem como declarar : " Estou pronto".E se o fizer não é do ramo" Pág 269

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