A importância de Carlos Drummond de Andrade
- fabiotubino0
- 5 de nov. de 2019
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Carlos Drummond de Andrade completaria 117 anos. Foi um dos grandes nomes da segunda geração do Modernismo brasileiro.
Por Fábio Tubino

Para se compreender a importância de Drummond de Andrade, é preciso destacar sua obra poética sob a perspectiva da história da Literatura Brasileira, compreendendo a contribuição que lhe fez o poeta. Depois pela excelência de seu modo de usar a língua portuguesa, bem como a universalidade e a atualidade permanente nos textos.
O Cronista
Carlos Drummond de Andrade iniciou a carreira jornalística aos dezenove anos, quando começou a trabalhar no Diário de Minas de Belo Horizonte, Em 1929,passou a trabalhar no jornal Minas Gerais, órgão oficial do governo mineiro, começando como auxiliar de redação, logo depois tornando-se redator. Trabalhou ainda alguns meses, em 1933, no jornal A Tribuna, e, no ano seguinte, simultaneamente como redator em três jornais: Minas Gerais, Estado de Minas e Diário da Tarde. Começou a escrever nas páginas do Correio da Manhã, entre 1954 e 1969, tornando -se um cronista consagrado. As crônicas de Drummond publicadas entre os anos de 1969 e 1984, destacavam temas da vida cotidiana, do Futebol, da música,da memória individual e da memória coletiva. Durante quinze anos, três vezes por semana, os leitores do Jornal do Brasil, podiam ler as crônicas de Drummond de Andrade. Nas páginas principais do JB e, do Caderno B, seu suplemento cultural, foram publicados aproximadamente 2.300 cronicas.
Drumont e o Futebol

“Quando é dia de Futebol”, reuniu textos a respeito de Futebol escritos por Drumont.
Resenha do Livro Quando é dia de Futebol
O livro é uma coletânea de vários textos de Drummond organizados por Luis Mauricio e Pedro Augusto Graña Drummond. O lançamento não poderia ter sido num ano melhor, em 2002, ano da conquista do quinto campeonato mundial do Brasil e do centenário do nascimento do poeta. Os textos tanto em prosa quanto em verso, foram publicados nos jornais Correio da Manhã e Jornal do Brasil, nos quais Carlos Drummond foi colunista. Em nenhum momento Drummond se apresenta com um conhecimento profundo a respeito do Futebol. Pelo contrário: em mais de uma passagem o autor admite abertamente ser pouco mais que um torcedor ocasional. Dessa forma, os textos do livro passam longe de assuntos táticos, ou de análises de equipes. Os textos do livro podem ser divididos em três categorias. A primeira é composta pelos que enaltecem a beleza do Futebol, seus grandes craques e, em especial, a Seleção Brasileira...Quando é Dia de Futebol revela o Drummond torcedor, e torcedor vascaíno . Em diversos textos o poeta exalta, reclama e torce pelo Vasco como se estivesse em uma arquibancada. Da segunda categoria fazem parte as crônicas envolvendo os jogadores ou torcedores, das quais algumas vezes o próprio autor se faz personagem. Destaque especial para a crônica ´´Perder, Ganhar, Viver´´, abordando a derrota do Brasil na Copa do Mundo de 1982.. Finalmente, os textos em que o Futebol aparece apenas como ponto de comparação para outros assuntos, especialmente a política .
Curiosidades de Carlos Drumont de Andrade
Drummond, nasceu em Itabira, interior de Minas Gerais, Foi além de poeta, contista, jornalista e tradutor de diversas obras.
O escritor sempre rejeitou o título de imortal atribuído aos membros da Academia Brasileira de Letras. Ele nunca se candidatou para ocupar uma cadeira.
Graças a Drummond temos obras trauzidas na língua portuguesa de Balzac, Marcel Proust, García Lorca, François Mauriac e Molière.
Drumont trabalhou como repórter para o Correio da Manhã e também foi cronista, afirmando que O jornalismo é uma forma de Literatura” Suas crônicas forma publicadas no Jornal do Brasil de outubro de 1969 a setembro de 1984.
O escritor traduziu músicas . Em 1969, seis músicas do quarteto britânico The Beatles foram traduzidas para a revista Realidade .
Carlos Drummond de Andrade virou enredo da Estação Primeira de Mangueira em 1987 que venceu o Desfile das Escolas de Samba do RJ daquele ano. Já em 1976, o sambista Martinho da Vila gravou “A Rosa do Povo”, um disco com canções inspiradas no livro de Drummond.
Em 1989 o Brasil ganhou notas de Cruzado Novo, que cortavam três zeros em relação à moeda anterior, o Cruzado. A nota de 50 cruzados novos foi estampada com Drummond. De um lado o rosto do poeta, do outro o poema Canção Amiga (do livro Novos Poemas, de 1948.
A estátua de Drumont inaugurada em 2002, para comemorar seu centenário de nascimento, fica na Orla de Copacabana no Posto 6 e foi escupida pelo mineiro Leo Santana,retratando momento rotineiro da vida do escritor, a partir de registro fotográfico feito por Rogério Reis.
Carlos Drummond de Andrade é um patrimônio da cultura brasileira.
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