É possível explicar a queda do Cruzeiro
- fabiotubino0
- 10 de dez. de 2019
- 3 min de leitura
O Cruzeiro sempre foi um dos maiores clubes do Brasil. Com uma apaixonante torcida, seu percurso no Futebol teve importantes conquistas e grandes jogadores, duas Libertadores, quatro Brasileiros, seis Copas do Brasil e 54 estaduais
Por Fábio Tubino

O maior drama de sua historia aconteceu no domingo, 8 de dezembro, no mesmo Mineirão, local onde comemorou muitos títulos, mas desta vez foi palco do primeiro rebaixamento para a Série B do Brasileiro em partida que perdeu para o Palmeira por 2 a 0. A queda inédita se dá após anos recentes de êxito esportivo, tanto que foi bicampeão em 2013 e 2014, conseguiu duas vezes seguidas a Copa do Brasil, em 2017 e 2018 e começou a temporada sendo campeão Mineiro. Mas o fracasso se dá após uma série de erros cometidos dentro e fora dos gramados.
Os graves problemas na gestão

Os problemas tomaram vulto durante a presidência de Wagner Pires de Sá Além de conviver com dívidas, o clube passou a ser investigado por conta de denúncias a respeito de falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e possíveis infrações às regras da Fifa e da CBF.
As denúncias enfraqueceram especialmente o vice-presidente de Futebol Itair Machado. Tendo carta branca para administrar o departamento de Futebol, Machado fez contratações de impacto, como a de Fred.
O dirigente foi acusado de realizar repasses a agentes em negociações, de menores como garantia de pagamento de dívidas e fazer repasses para torcidas organizadas.
Wagner Pires dispensou Itair e nomeou o presidente do Conselho Deliberativo Zezé Perrella, opositor durante a maior parte do seu mandato, como gestor de Futebol. O mesmo Perrella, sempre foi investigado por condutas suspeitas, foi gestor por quatro mandatos presidenciais, seu retorno também foi uma aposta na união política, mas Perrella continuou se envolvendo em polêmicas, inclusive com jogadores do time como Thiago Neves, que cobrou atrasados.
Planejamento arriscado
Dirigido em campo por Mano Menezes, o Cruzeiro optou por priorizar os torneios mata-mata em temporadas recentes, estratégia que ganhou respaldo com as conquistas da Copa do Brasil em 2017 e 2018. Mas não deu certo na temporada 2019 com Mano e depois com Rogério Ceni. Enquanto esteve vivo no mata-mata nacional e na Libertadores, caindo nas semifinais e nas oitavas de final, respectivamente o time somou apenas 18 pontos em 17 jogos pelo Brasileirão.
A rotatividade de técnicos
O clube trocou a longevidade do treinador Mano Menezes pela rotatividade de técnicos. Dirigido uma vez interinamente por Ricardo Resende, o clube apostou em Rogério Ceni, com filosofia oposta ao do antecessor, com valorização da posse de bola mas Rogério, que tinha trocado o Fortaleza, durou 46 dias no cargo, especialmente porque o relacionamento com alguns jogadores se deteriorou rapidamente. O treinador foi criticado publicamente por Thiago Neves, que parecia ter mais prestígio junto aos dirigentes . Foram duas vitórias, dois empates e três derrotas na Série A. Abel Braga, com trajetória de sucesso ao lado de Fred e Thiago Neves e seu estilo paizão chegou, depois de deixar o Flamengo, sem a confiança. Com três vitórias, oito empates e três derrotas, não conseguiu tirar o Cruzeiro do rebaixamento, acabou demitido, faltando três rodadas do fim Adílson Batista, técnico que levou o time à final da Libertadores, chegou e tentou uma reação que não aconteceu.
Jogadores que deixaram a desejar

A aposta em um elenco caro e renomado não trouxe o resultado esperado dentro de campo. Muitos medalhões, dividiram o elenco cruzeirense na temporada. Dedé, em outros anos, um dos melhores, pouco ajudou convivendo novamente com lesões, Fred não foi o artilheiro e Thiago Neves, acabou encerrando seu ciclo com a imagem mais arranhada. Protagonista em conquistas recentes, com gols decisivos, colecionou polêmicas: criticou publicamente Rogério Ceni, disse ter jogado no sacrifício contra o Santos, informação negada pelo departamento médico, perdeu pênalti decisivo contra o CSA, teve áudio vazado cobrando pagamento de salários atrasados.
Agora o Cruzeiro precisas repensar o ano de 2020 e com certeza, priorizar a volta. Uma coisa é certa, a verdadeira torcida vai apoiar .
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