Megan Rapinoe - Talento em campo e coragem fora dele na luta pelo respeito ao Futebol Feminino
- Torcedor Cultural
- 10 de dez. de 2019
- 3 min de leitura
Megan Anna Rapinoe nasceu em 5 de julho de 1985, em Redding, Califórnia, EUA. Aos 34 anos, capitã da seleção americana, duas Copas do Mundo (2015/ 19), uma medalha olímpica (2012), dois campeonatos da Concacaf e melhor do mundo (2019), ainda encontra tempo para lutar por melhores condições para o Futebol Feminino no mundo
Vilmar Vale

Carreira
Megan é apaixonada por Esportes desde pequena tendo jogado, inclusive,em alguns dos times que seu pai treinava. De 2004 a 2008 jogou no Portland Pilots. Em 2009 e 2010 atuou pelo Chicago Red Star em 38 jogos e marcou três gols. Em 2010 jogou apenas quatro jogos no Philadelphia Independence. Em 2011 assinou com o Sydney F.C. da Australian W-League. No ano seguinte foi para o Seattle Sounders Women durante a preparação para os Jogos Olímpicos de 2012. Entre 2013 e 2014, jogou pelo Olympique de Lyon, na França, indo para o Seattle Reing, onde está até hoje. Na seleção americana, Megan foi selecionada em 2003 e disputou várias competições.
Jogou também o Campeonato Feminino Sub-19 da Cocacaf 2004 e a Copa do Mundo Feminina Sub-19 na Tailândia. Estreou na seleção principal em 2006, contra a Irlanda e marcou seu primeiro gol em partida amistosa contra a China. Participou da Taça do Mundo Feminina da FIFA, em 2011, conquistando a medalha de prata. Em 2012, ganhou medalha de ouro nos Jogos de Londres, vencendo o Japão por 2x1. Em 2015 venceu a Copa do Mundo Feminina da FIFA 2015. Na Copa do Mundo de 2019, na França, ganhou a medalha de ouro, recebeu o prêmio de melhor jogadora do torneio, marcou 6 gols, deu três assistências e recebeu a Bola de Ouro por sua performance durante a Copa do Mundo.
Ativismo Político

Nem mesmo o fato de ter sido eleita a melhor jogadora da Copa do Mundo e ter vencido a Bola de Ouro Feminina diminuiu o ímpeto de Rapinoe na defesa de seus pontos de vista, notadamente contra a FIFA, que ela considera extremamente insensível e lenta na percepção e solução de questões fundamentais para a equiparação do Futebol Feminino ao masculino. O protagonismo exercido por Megan Rapinoe fora do campo tem o mesmo brilho de seu desempenho dentro dele. A disparidade econômica na premiação das seleções campeãs da Copa do Mundo, realizadas na Rússia e na França, foi um dos pontos citados por Megan. Na véspera da decisão contra a Holanda, ela questionou Gianni Infantino, presidente da FIFA, quando ele anunciou a premiação de US$ 30 milhões para a equipe vencedora. Ela lembrou que a premiação para a França em 2018 foi de US$ 400 milhões. Uma diferença absurda e inexplicável. Nem mesmo a promessa de dobrar para US$ 60 milhões em 2023 amenizou a questão, devido a estimativa de atuais US$ 2,7 bilhões em reserva nos cofres da FIFA. Diante disso, Rapinoe foi taxativa: “Certamente não é justo. Deveríamos dobrar agora e então usar esse número e dobrar ou quadriplicar para a próxima vez”. As vaias registradas no Estádio Groupama, em Lyon, e os gritos de “igualdade salarial” ouvidos no dia da final, corroboram a tese da Megan. Outra ação da FIFA contestada e considerada absurda por ela, foi a realização da final da Copa América e da Copa Ouro no mesmo dia da decisão da Copa do Mundo Feminina. Essa postura da FIFA foi vista como desprestígio para a Copa do Mundo, só que a repercussão da final foi surpreendente e alcançou números expressivos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Megan Rapinoe cobrou publicamente o engajamento de Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Zlatan Ibrahimovic em questões pertinentes ao Futebol. Ela chegou a dizer: “Eu queria gritar: Cristiano, Leo, Zlatan, me ajudem !!”. O Futebol masculino não tem problemas ? Porque eles tem medo de se manifestar ? Essa é a cobrança que ela faz a esses ídolos. Essa é a parceria que falta nesse momento.
Política e Futebol devem sempre jogar juntos
Na sua vida pessoal Rapinoe é casada com a também atleta Sue Bird, tetracampeã olímpica de Basquete feminino, e uma das vozes mais conhecidas na defesa da comunidade LGBT. Por conta dessa realidade pessoal, contesta desde sempre o presidente Trump que considera um retrocesso no campo da igualdade e da luta contra a discriminação racial.
Dessa forma, Megan Rapinoe demostra a importância da sua representatividade e posicionamento, destacando que política e Futebol devem sempre jogar juntos.
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