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A reestruturação do Futebol Feminino Brasileiro

  • fabiotubino0
  • 19 de nov. de 2019
  • 5 min de leitura

Apesar da boa campanha na Copa, a proposta de agora é conseguir nova medalha nos Jogos 2020, para isso, chegou Pia Sundhage, treinadora experiente . Entre os clubes brasileiros, os resultados voltam a acontecer, com final brasileira na Libertadores e equipes de camisa valorizando as disputas nacionais.


Por Fábio Tubino


A Surpreendente Copa


Foto: CBF

A Copa do Mundo 2019 foi especial . Nas oitavas de final, a equipe se despediu da competição, ao ser superada por 2 a 1, na prorrogação, pela França. A derrota representou o fim da campanha na Copa mas não tirou o brilho de uma trajetória cheia de superação, luta e brilhantismo das jogadoras brasileiras que ao final, quebraram recordes e encantaram o torcedor. A Rainha do Futebol, Marta fez história mais uma vez. Com 17º gol marcado na partida diante da Itália, a camisa 10 do Brasil se tornou a maior artilheira da história de Copas do Mundo, entre homens e mulheres. A meia-atacante superou o alemão Miroslav Klose na disputa masculina, ao somar um gol a mais. Ninguém até hoje alcançou o feito de Formiga em uma Copa do Mundo. Aos 41 anos, a jogadora, é a única atleta, entre homens e mulheres, a ter disputado sete edições de um Mundial. Na partida diante da Jamaica, Cristiane balançou a rede três vezes. Os gols além de representarem a vitória do Brasil na estreia da competição, fizeram da atacante do Brasil a jogadora mais velha da história (34 anos e 25 dias) a conseguir três gols em uma Copa do Mundo- entre homens e mulheres.


Com Pia, Brasil consegui golear Argentina e vencer a Inglaterra


Foto: CBF

O saldo vem sendo positivo desde que a treinadora sueca Pia Sundhage assumiu a Seleção Brasileira de Futebol Feminino. Pia esteve no comando de três seleções (Estados Unidos, Suécia e Suécia Sub-17), participou de três finais olímpicas (2008, 2012, 2016) e uma decisão de Copa do Mundo (2011). Seu desafio é comandar o Brasil na disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. A estreia de Pia aconteceu no Pacaembu com time brasileiro goleando a Argentina por 5 a 0 num amistoso. A seleção Brasileira enfrentou a Inglaterra em Middlesbrough, no Riverside Stadium, e no primeiro grande teste da era Pia, saiu com a vitória de 2 a 1. Essa foi a primeira vez que a equipe brasileira venceu as inglesas na história. Importante pontuar a leitura de jogo da treinadora sueca, que mudou bastante a Seleção no segundo tempo após uma atuação apagada nos primeiros 45 minutos. Pia povoou o meio-campo, tirou Marta e colocou Maria para ajudar na armação, deslocandou a zagueira Kath.


O vice campeonato no Torneio na China

A Seleção Brasileira de Futebol Feminino ficou com o segundo lugar do Torneio Internacional da China após empate sem gols no Chongqing Yongchuan Sports Center Stadium. A equipe da casa, superou as brasileiras por 4 a 2 nas cobranças de pênaltis e conseguiu o troféu da competição. As chinesas pressionaram um pouco mais no início da partida, no entanto, com o decorrer do tempo, o Brasil passou a se soltar mais . A primeira boa chance foi com Debinha, aos 21, após belo passe de Chú. O segundo tempo seguiu com poucas oportunidades para os dois lados, com a boa marcação das equipes prevalecendo. Antes de a decisão ir para os pênaltis, o time brasileiro quase marcou aos 46, quando Andressinha cobrou falta com perigo, mas a bola foi para fora. Nas penalidades, Tamires e Andressinha acabaram desperdiçando as cobranças.


Todo time inicia com uma grande goleira

A goleira Barbara se consolida como um dos destaques do time brasileiro na temporada. Sua primeira participação com a Amarelinha foi no Mundial sub-20, realizado na Rússia, em que o Brasil ficou em terceiro lugar. Com a equipe principal, foi vice-campeã mundial em 2011, bicampeã pan-americana nas edições de 2007 (Rio de Janeiro) e 2015 (Toronto). Foi medalhista de prata no Pan de 2011 (Guadalajara) e nos Jogos 2008 (Pequim). Nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, teve atuação marcante no jogo Brasil x Austrália, ocorrido no Mineirão. O exaustivo empate de 0 a 0 no tempo normal e prorrogação levou os times às cobranças de pênaltis. Após Marta perder um penal, Bárbara defendeu duas cobranças, derrotando as australianas por 7 a 6 e levando a Seleção Brasileira às semifinais daquela olimpíada.


Debinha, o destaque que promete


A meio-campista Debinha vive grande fase no time brasileiro e em seu clube, o North Carolina Courage, dos EUA. A jogadora marcou um dos quatro gols contra o Chicago Red Stars na final vencida por 4 a 0, foi eleita a MVP da partida.e conquistou a National Women's Soccer League, liga norte-americana de Ftebol Feminino.


Experientes desejam continuar


A veterana meio-campista Formiga já manifestou o desejo de disputar a Olimpíada de 2020, em Tóquio, quando já terá completado 42. Cristiane, com 34, e Marta, com 33, também se colocaram à disposição para jogar a próxima edição da competição. A julgar pelo histórico da nova técnica da seleção brasileira, Pia Sundhage, as veteranas podem ficar tranquilas. Tanto na seleção dos Estados Unidos como na da Suécia, a treinadora apoiou parte importante de seus trabalhos nas atletas mais experientes.


Corinthians, o grande time da temporada 2019


Foto: Divulgação

Entre os clubes, o inédito título paulista conquistado pelo Corinthians, diante de 28 mil torcedores, fechou um ano histórico do clube. O time corintiano venceu também a Libertadores e foi vice-campeão brasileiro. São 45 jogos seguidos sem derrota, valor atribuído ao trabalho do técnico Arthur Elias. Desde 2016 no clube, o técnico Arthur Elias levou o Corinthians para nove finais dos dez torneios oficiais que participou. O projeto do Futebol Feminino no Corinthians já rendeu cinco taças (Copa do Brasil, em 2016, Brasileirão, em 2018, Libertadores, em 2017 e 19, e Paulistão, em 2019) e muitos recordes, nenhum time de Futebol profissional venceu tantas partidas seguidas,feito reconhecido até pela Fifa.


Ferroviária bicampeã do Brasileiro


Outro clube que se destacou na temporada foi a Ferroviária . Time de Araracuara conseguiu vencer o Corinthians nos pênaltis e conquistou o bicampeonato Brasileiro... Além do título, a equipe também atingiu um feito importante para a modalidade no país: Tatiele Silveira é a primeira técnica a ser campeã da disputa. A Ferrinha foi campeã em 2014 também, quando venceu o Kindermann, mas, assim como todas as equipes até este ano, era comandada por um homem. Em 2016, Emily Lima foi a primeira mulher a chegar a uma final como treinadora, enquanto, na decisão de 2018, Dorotéia de Souza substituiu Chicão, suspenso nas finais, no comando do Rio Preto. Até a edição de 2019, a competição só havia premiado equipes inéditas.


Título da Série A2 do Brasileiro coroa retomada do São Paulo


O São Paulo conquistou o título do Brasileiro da Série A2, passando pelo Cruzeiro no primeiro ano do retorno do Futebol Feminino profissional do clube, que ainda tem no seu elenco a atacante Cristiane.


Parceria do Flamengo com a Marinha consolidada


Em 2015, o Flamengo firmou parceria com a Marinha do Brasil. Foram muitos títulos conquistados em quatro temporadas. Nos Estaduais do RJ, o time rubro negro domina. Na final de 2019 derrotou o Fluminense por por 3 a 1 na final e assegurou quinto campeonato. O objetivo agora é conseguir sucesso maior nos torneios nacionais. A vitória do Flamengo diante do Greminho por 56 a 0 gerou críticas de muita gente pelo fato de a FERJ permitir um campeonato com tamanho desnível técnico. Resultados assim poderiam alimentar os comentários depreciativos sobre a modalidade, questionando a qualidade do Futebol das mulheres num campeonato em que há goleadas desse nível. Por isso, o clube tem a certeza de que existe a necessidade de voos maiores.


Muitos clubes retornaram as disputas. O quatro que irão participar da primeira divisão nacional em 2020 são.: Palmeiras, São Paulo, Cruzeiro e Grêmio . Com a volta de times de torcida, investimento das coberturas televisivas e uma forte Seleção Brasileira, o Futebol Feminino tem tudo para conseguir se reestruturar positivamente no Brasil.

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